Um poema não é fiel aos fatos, aos atos e nem aos pensamentos. Poemas não possuem donos, nem amarras, nem sentidos. Os poemas simplesmente são - sem precisar ser - decifrados ou queridos. As palavras vêm de assalto e o poeta só retorna a si quando o poema se dá por satisfeito. E enquanto não é perfeito, o poema é insistente. Que o diga o poeta que só ganha sossego quando o último verso é arrematado e quando diz o que era pra ser dito. Assim, como escravo daquilo que deixou ser, no seu ser, apossado, o poeta só ouve a voz que grita mais alto ao seu ouvido.
Estou farta de ser poeta. De ser escrava de poemas inacabados... Quero ser poema. Ser, simplesmente.
3 comentários:
Camila, não se farte... Farta-nos, com tua poesia viva...
Acho que a vida do poeta é assim mesmo: num dia poema, no outro poeta... Mas poesia, sempre!
Beijokas mineiras, procê!
"A poesia não vale nada, no mercado." (Ferreira Gullar)
O poeta é um ser inacabado e pela poesia quer se tornar divino.
Estamo conectados, de alguma forma, por uma coincidência cósmica? Talvez seja pelo espírito da poesia. Veja o que escrevi no dia 15, trê dia antes de você postar tão belo poema:
http://atrevimentoeexpressao.blogspot.com.br/2012/03/eu-poema.html
Me identifiquei muito com teu escrito - te convido a ler este outro no meu há palavra:
http://hapalavra.blogspot.com.br/2012/03/mais.html
E tem também esse eterno anseio meio zen da "arte sem arte"...
Já sou teu seguidor - e admirador.
Bons caminhos!
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