domingo, 25 de novembro de 2012

Juazeiro humano do sertão


O poeta Antônio diz
Que é de ficar admirado,
Passar pelo sertão tão seco
E ver o juazeiro copado.
Símbolo da resistência
Do nosso semiárido.

Eu digo que mais resistente ainda
É o camponês dedicado
Faça chuva ou só faça sol
Não descuida do seu roçado.
Ama sua terra, sua lida,
A vida simples que é acostumado.

Ainda assim, há quem diga
Que o homem do campo
É um pobre coitado.
Sem saber da alegria
Que é fazer brotar a vida
Como fruto de seu trabalho.

Seu Carlinhos fala valente:
“Aquele pé de goiaba,
o de siriguela, acerola e limão,
Nós regou com suor, nós plantou com nossa mão.
Agora não dão valor ao que eu faço
E querem tirar o meu chão!”

Dona Ica fala mesmo:
“Da minha casa eu não saio, não!
Daqui eu só saio arrastada!
Se a sorte está lançada,
Seja qual for o meu quinhão,
Ao projeto do DNOCS, eu digo não!”

Resiste o homem do campo
Mantém firme a sua fé
Porque “Antes de tudo, um forte”
Sabe o valor que é
Ser contra a exploração e a morte
E pela vida se manter de pé!

Sendo os agricultores
O juazeiro humano do sertão
Façamos também nós, a defesa
Perante a tentativa de extinção
No território camponês,
Agronegócio não põe a mão!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Os homens de papel


Os homens de papel
Não podem se molhar
na chuva santa que cai do ceú,
nem nas ondas brandas do mar.

Os homens de papel
assinam, carimbam,
preenchem e reconhecem firma.
Mas não podemos olhar nos seus olhos,
nem confiar em suas rimas.

Os homens de papel
não sorriem, nem choram.
Só acreditam no que podem tocar...

"Se o essencial é invisível aos olhos",
Infelizes dos homens de papel
E de suas vidas desfeitas no ar.


E no meio de tanta gente...


E no meio de tanta gente,
Esse teu quase rir, menino,
Me abriu caminhos florais.
De uma manhã rompendo pulsante
As noites de meus dias iguais.
Esse teu frescor, meu rapaz,
Trouxe de novo a vontade de ser mais
Bailarina, andarilha, menina, mulher.
Me faz bem e mal sabe o bem que me faz.
E no meio de tantas gentes iguais
Esse teu meio riso
Desperta um sentimento fugaz:
De ver o sol se pondo no cais,
De experimentar teu riso inteiro,
E tentar um pouco de paz.





segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Essencial


Areia.
Pé.
Uma coisa só.
Areia, pé,
Água e sal.
Sol.
Abraço substancial.
Encontro cósmico,
Essencial:
Areia, pé, água, sol e sal.