Mas se olharmos bem o que já existe, pondera: Não há porque fugir da realidade, nem porque fincar raízes nela.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
A casa de Concita
O relógio grande e redondo compassa cada segundo
Bate quatro e meia da madrugada
O galo cantador quem anuncia o novo dia
Nem chegado o sol, já está preparada
De um lado para o outro do quarto andas
Fazendo suas orações, fervorosamente, a pedir
Que cada hora do dia seja abençoada
Que veja os teus ao seu redor a sorrir
No fogão esquenta a água do primeiro bule de café
Passa então pela mesa da cozinha e ajeita a toalha rendada
O vaso de biscoito com as flores de plástico espalhadas
E uma fruteira com banana, goiaba e manga bem-servida
Endireita a foto do artista ao lado do calendário ultrapassado
Na mesma parede que admira a face da figura materna falecida
Beija todas as imagens de São Francisco, Padim Ciço,
Acende velas para Virgem Imaculada e Nossa Senhora Aparecida
Um rádio antigo ligado pra ouvir os ditos de um locutor bem sabido
Um cheiro de alfazema de coisas que se perderam no tempo
Não troco por nenhum templo modernoso enriquecido
A casa decorada de saudade: viver é também reviver tudo que foi vivido.
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