Gato na varanda
Da casa do ipê cor de rosa
Nunca vi mais dengo, mais prosa
A moça debruçada na janela
Enquanto o operário descia a ladeira.
Trabalho árduo até às seis
Quando a lua e a menina mais uma vez
Ficam na varanda
Com olhos que acompanham
Cada passo que ele dá.
A distância da lua à Terra
Parece ser a mesma da janela pra rua
Por que não desce as escadas?
Por que não sobe a ladeira?
Tem mais pedras e percalço
Entre a casa do primeiro andar
E o casebre no alto do morro
Do que se possa imaginar...
Tem mais servidão à ordem das coisas
Do que à condição de amar!
Dentro dos corações impera:
Cada moça em sua janela,
Cada operário em seu lugar!
Por quê?
4 comentários:
Por quê?? ...
:[
Eu também não sei...
Por quê?
[esse é um típico poema seu - perto e distante de quem se é. Existiria um típico poema seu?]
Um beijo, flor do campo.
Mima.
Penso muito nisso, Mima: existiria um típico poema meu?!
Só o tempo dirá...
Um abraço muito carinhoso à uma jardineira linda!
bjo
Por quê?
Fico impressionada com a sensibilidade sua poesia. Esse poema é lindo demais!!
Parabéns Macabéa!
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