Mas se olharmos bem o que já existe, pondera: Não há porque fugir da realidade, nem porque fincar raízes nela.
terça-feira, 19 de julho de 2011
Mulher-vinho
Eu digo que és vício vencido
E repito este dito noite adentro
Bebo um pouco do teu vinho
E continuo sedento
Eu digo que estou distraído
Quando estou embebido:
Em teu riso mergulhado
Afogado em teu veneno
Eu digo que não me envolve
Com teu perfume e tuas manhas
Tomo mais um gole de desejo
És do fogo: a lenha e a chama.
Eu digo que não te procuro,
Num (des)encontro, te acho
No brilho fulminante
Da taça de teus olhos escuros
Eu digo, redigo e me flagro
Refém do meu discurso falido
Cedo a todos os teus caprichos
De teu encanto embriagado
Te querer sem ser querido
E te adorar em pensamento
Me torna ainda mais possuído
Por teu viço roxeado e encorpado
És mulher-vinho
Por tua liquidez sou tomado
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2 comentários:
Muito lindo, este teu poema! Parabéns!
você é vinho
é vida inteira
videira
belo poema...
decl-amado
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