segunda-feira, 6 de abril de 2015

Sexta feira 13

Na sexta-feira 13 de lua cheia que passou,
Eu deitei com os deuses e deusas
No banho do cio, prateada e liberta
Dos algozes desta casa de leis polidas, sólidas, incertas.

Na sexta-feira 13 de lua cheia que passou,
Um líquido quente e encorpado me tomou.
Lambuzou meu lábio inferior
E me deu o prazer de beber de mim mesma.

Na sexta-feira 13 de lua cheia que passou,
Eu fiz um banquete de cada parte do meu corpo.
Sendo pouco, eu comi o cosmo
Pra explodir no infinito do meu peito

Fui nada e tudo. Sombra e luz. Ausência e preenchimento.

Na noite de sexta-feira que passou
Eu beijei e gozei sol
Enquanto a noite festejou e atiçou
[nas minhas veias latinas]
os sonhos que nunca vão abandonar.

Na última sexta-feira 13 de lua cheia,
Eu pus minha alma pra passear:
Disposta a saborear a vida,
despida do medo de me amar.

(in) conscientemente a lua foi convite.

Mas que todos os dias eu possa decretar:
Mulher, meu corpo é uma festa!



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