sábado, 23 de junho de 2012

Os poemas que não faço.


Morreram todos os poemas.
Sobrevive esta carcaça
E seu arrastar de dilemas,
teoremas e conspirações.
Beijo porque tenho boca.
Danço porque o corpo obedece o compasso.
As pessoas julgam o meu sorriso
E pensam que eu sou de aço.
Resta em mim, a boemia,
O culto a todas as coisas que passam.
Fica em mim, então, a poesia
Dos poemas que não faço.

Um comentário:

Anônimo disse...

Belíssimo poema. Creio que todos nós, que gostamos de escrever, temos um poema sobre os poemas que não escrevemos. Abraços Ângela http://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/index.php