terça-feira, 31 de maio de 2011

História de vida e morte - Ismália


Na torre mais alta


Do monte mais distante

Morava uma princesa

Que vivia a esperar



Os sinais de seu amado

Como o sol na janela a despontar

Enchiam o quarto da torre daquela

Que vivia a esperar



Era contente com as flores

Que conseguia enxergar

Pois perfumava os sonhos dela

Que vivia a esperar



O tempo foi passando

O sol não chegava mais

As flores murcharam todas

Do seu amado não havia os sinais



Eles eram casados



A torre mais alta era a frieza do marido

O monte mais distante o seu olhar vazio

A princesa era o amor mais perdido

E a espera mostrou-se inútil



Ela se despediu dos sonhos

Quando ele deixou de vez o lar

A dor mais doída da sua vida

Foi no dia que deixou de esperar



Abriu a janela pela última vez

Fez a maior besteira da vida

Sem amarras lançou-se no abismo

Da viagem sem volta da morte

Suicídio



É inútil tentar carregar, nas costas, a vida


Quando você não está

Segurando minha mão

Incentivando meus passos

Me fazendo sorrir...


Esperança


As pessoas morrem

Porque não conseguem viver sem ti.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Último Romance - Historinha com as músicas de Los Hermanos

Se Além do que se vê
A Morena consegue enxergar
O Cara estranho na Janela
Do sétimo andar

UmA Flor bonita nascerá
De forma Condicional
Ao cheiro da Primavera
Amor perfeito - Sentimental

Mas como Dois barcos
Dois em um não puderam navegar
Do pranto Fez-se mar
O estranho Pierrot de Paquetá

Quem sabe pra quê amar?
O vento vem sem responder...

Com Tanto amor. Tão sozinho
Ele Vai embora sem Um par
Na ilusão do Último romance... 
Deixa estar!

Fez-se mar - Poesia pura de #LH

Fez-se mar,
Senhora o meu penar
Demora não, demora não

Vai ver, o acaso entregou
Alguém pra lhe dizer
O que qualquer dirá
Parece que o amor chegou aí
Parece que o amor chegou aí
Eu não estava lá, mas eu vi
Eu não estava lá, mas eu vi

Clareira no tempo
Cadeia das horas
Eu meço no vento
O passo de agora
E o próximo instante, eu sei, é quase lá
Peço não saber até você voltar

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Adélia - O poder humanizador da poesia

Lírica, biblíca e existencial (Segundo Drummond de Andrade). Professora por formação, Adélia, é para mim, inspiração.

Uma reflexão por Adélia Prado sobre o poder humanizador da poesia

Se não tiver poesia, não é cinema, não é teatro, não é pintura... A obra verdadeira é sempre nova. Não cansa porque traz em si mesma e apesar de si mesma, algo que não lhe pertence, nem ao seu autor, mas que vem da beleza que revela o 'ser das coisas' inapreensível.

A arte nos remete à beleza suprema se estivermos despidos do orgulho da razão e da lógica.

A arte é para a inteligência do coração, para o sentimento. Assim, toda obra de arte é um espelho porque faz que eu me reconheça nela. A arte nos alimenta porque dá sentido a nossa existência: Nós começamos e acabamos, mas a obra não sofre esse desgaste. Ela está fora do tempo, está inteira, por esta razão nos alimenta de transcedência - algo que diz que sou mais do que o corpo e as coisas quantitativas. Você aquilo que está presente no seu desejo, no seu sentimento, na sua alma.

Quando procuramos a arte, procuramos o divino - aquilo que não tem peso, medida, cor...

Só o homem pode se comover com a beleza que se esconde e se revela nas coisas.

Qual é o papel da obra de arte? Nenhum!

A beleza é experiência, e não, discurso.

A arte não aliena ninguém, ela traz para a realidade, para aquilo que eu sou quando estou comigo mesmo.

Fome de beleza é universal. Todo mundo entende o que é beleza. Por que elitizamos tanto isso?

Beleza não é luxo, é necessidade!!!!

As vezes o ato heróico da nossa vida é o mais anônimo.





Casamento


Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, pesque,

mas que limpe os peixes.

Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,

ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.

É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como "este foi difícil"

"prateou no ar dando rabanadas"

e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha como um rio profundo.

Por fim, os peixes na travessa,

vamos dormir.

Coisas prateadas espocam:

somos noivo e noiva.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Tempo (Por JoaumPaulo - Utopiense)



Uma reflexão fantástica sobre o TEMPO que eu copiei do http://www.utopiense.blogspot.com/ do meu amado João Paulo, ativista dos melhores, pessoa ímpar, com quem tenho o prazer de dividir os sonhos e a realidade. Leiam, que vocês não vão se arrepender!


Abro um olho em concorrência com o outro. Com a vista ainda um pouco embaraçada ergo meu corpo devagar com o auxílio dos cotovelos enquanto organizo as idéias. Está logo à frente da minha cama, em ritmo frenético, impaciente, dando voltas amiúde, continuamente o meu contrário, no mesmo lugar e da mesma forma da noite anterior. Foi quem por último lembro de ter avistado antes de dormir e é quem por primeiro me vem dar bom dia. É sempre assim. A cada manhã insiste em lembrar que estou mais velho e a cada manhã insisto em repetir que não me preocupo. Já não gosto de sua companhia. Não pela lembrança que acabo de mencionar, é a teimosia em correr que não me agrada. Prefiro o deguste arrastado, o que não raro procura me impedir. Umas vezes conseguindo, outras não. Criei entre nós um hiato. Cada qual com seu cada qual.

Em que pese meu desprezo, sua superioridade me constrange. Tudo conspira a seu favor. O sol que nasce e a maré que sobe. O sino que toca e o operário que sai. A fome que vem e a disposição que vai. Como prepostos seus a me intimidar.

Vez ou outra penso em reaproximação, mesmo sabendo que o distanciamento em verdade nunca aconteceu. Reconheço seus méritos. O prazer de uma vitória depende de sua existência. Mas seus deméritos a mim são mais flagrantes. Faz que sejamos concorrentes de nós mesmos. Ainda que ganhemos, seremos sempre também derrotados. Prefiro o profundo, não o raso. O dedilhado em vez do batido. O contemplado em detrimento do olhado.


Agora levanto. À mim a liberdade que somente há fora de ti. Tempo.

(João Paulo Medeiros - Utopiense)

Por bons tempos (Em homenagem aos caros colegas do curso de comunicação social)




Quando aluna, do 2° período ainda (2006), do curso de Comunicação Social da UERN, eu e os colegas, do mesmo e demais períodos, fizemos uma greve: Greve de estudantes.Um curso apenas, alguns poucos alunos (28 se não me engano) nas praças movimentadas da cidade com faixas e panfletos, com apitaços em frente à reitoria e fazendo zuada (quando deixavam) nos nossos currais midiáticos. Lembro, com saudades, das reuniões e assembléias, das movimentações, das palavras de ordem que gritávamos (Sem estrutura não dá!). Saudade da luta. Estávamos exercendo o nosso direito de comunicação. Havia um problema, e nós o denunciávamos e exigíamos que fosse resolvido. Havia em nós ideiais, que com o tempo e os cargos públicos, em muitos desfaleceram.

Fizemos uma greve ao som de comentários como: “Vão estudar!” “Não se faz mais estudantes como antigamente...” “Esses meninos são um bando de baderneiros, não sabem nada da vida” e etc, etc, e etc: vindos de professores, da sociedade e até, infelizmente, de outros alunos. E assim como disse ontém o 'digníssimo Paulo de Tarso - que a greve no RN é inválida e inócua, era desta forma que rotulavam a nossa 'grevinha'.

Pois bem, em meio a tantos desestímulos verbais, nos vinham os estímulos reais: as aulas na sala de cartografia (de 2m² toda empoeirada), aulas debaixo dos pés de manga em frentes às salas de pedagogia, a falta de computadores, softwares, câmeras fotográficas – tudo era teoria pura em detrimento da prática tão necessária para a nossa qualificação profissional... Lembro que não tínhamos nem bloco. Como poderíamos ficar somente à espera de que as coisas pudessem melhorar? Se não melhorasse logo, logo estaríamos sem aulas (desta vez por falta de estrutura piorada).

Acho que ficamos 3 semanas sem frequentar as aulas (mas não parados – pelo menos três vezes por semana tínhamos atividades para mostrar à sociedade a nossa situação). E hoje, faz mais de 4 anos que, por conta dessa movimentação que fizemos, temos um bloco com salas de aula, uma rádio universitária, um laboratório de informática, câmeras fotográficas profissionais, uma ilha de edição, e até uma sala de multimídia (mini-auditório).
O curso agora está a mil maravilhas? Não, claro que não. Taí a nova geração que não me deixa mentir, aposto! Mas as necessidades essenciais, digamos que, foram supridas. Não somos pretensiosos! Mas não venham me dizer que todas as melhorias vieram de graça, assim porque apenas tinham de vir. Sabe-se lá até quando empurrariam estas nossas 'precisões' de alunos...? O que é que a necessidade extrema não faz? A greve, a nossa, só aconteceu porque não havia uma condição mínima para o decorrer do nosso curso. Para nós, a greve tinha caráter emergencial.

Agora eu pergunto aos estudantes da UERN: em quais condições se encontram a sua universidade?

Se os estudantes optarem por não se organizarem junto às demais categorias por uma educação pública de qualidade é porque, por pior que esteja, a situação ainda não chegou ao limite (será?). Se decidirem simplesmente esperar que as melhorias cheguem junto com o reajuste salarial dos professores, é porque os 800 reais anuais que os Centro Acadêmicos recebem é o suficiente para dar suporte às demandas de organização dos cursos. Se optarem pela não greve, é porque os laboratórios decadentes de várias faculdades que não permitem as aulas de disciplinas práticas está a contento; é porque os tetos das salas de aulas devem continuar desabando na cabeça dos que tentam uma formação de nível superior, é porque a coisa não está fedendo a ponto de causar uma justa-raiva, e principalmente, é porque os universitários têm a universidade sucateada que merecem.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Como os nossos pais - Dedicado aos ídolos dos e aos 'Filhos da Revolução'



A amiga Ellen Dias nos falou em seu post de hoje (pode conferir www.mundodaedias.blogspot.com) sobre os 'Filhos da Revolução', colocando que somos um 'bando de reclamões'. Atualmente somos uma geração de reclamões. Concordo. Mas o pior é que somos reclamões acríticos, que não questionam, que não se INDIGNAM (não sentem verdadeira repulsa) com a atual situação do bairro, da cidade, do Estado, do País, de Serra Leoa (País mais pobre do mundo), e assim por diante... Porque reclamamos baseados em nossas necessidades primárias como fatalidade (fatalidade é o mal que nos mantem aprisionados à mediocridade); reclamamos aquilo que pesa ao nosso bolso (caso da #gasolinaRN); reclamamos questões individualistas e pronto. Fato. E é este fato que nos transforma em meras peças de uma 'Engrenagente' (Linha de montagem - Chico Buarque) capitalista.

Nestes tipos de reclamações perdemos a capacidade de sermos sujeitos de nossas histórias, agentes transformadores da sociedade - sim, esse é o papel que não assumimos nos escondendo em óculos e calças coloridos (não me levem a mal os Restarts, ou não), em preocupações mesquinhas e 'egoísticas'. O ser humano é por si próprio antagônicamente generoso - eu acredito nisso - mas se perde na ditadura hedonista do mundo no qual estamos 'passando' (porque viver mesmo, implica uma causa, coisa que não temos).
O querido Renato Russo já reclamava em suas canções, e com o qual, venho dialogar neste momento quando ele dizia: "Somos os filhos da Revolução/ somos burgueses sem religião/somos o futuro da nação/ Geração coca-cola", e penso: - Não, eu não quero ser a 'juventude numa propaganda de refrigerentes (Terra de Gigantes - Hengenheiros do Hawaii). É preciso resgatar a identidade de 'filhos da revolução'.

'Filhos da Revolução' é um termo muito forte, não? Não!!! Isso é o que querem nos fazer engolir (igualzinho a Coca-cola). Mas o mundo ainda não está perdido porque alguns (um dia muitos) de nós nos encontramos para debater, discutir, protestar, fazer greve, e: RECLAMAR CONSCIENTES DE QUE PODEMOS NOS FAZER OUVIDOS!

Para encontrar o elo de 'filhos da revolução' resgato a memória dos nossos pais que Elis cantava, na composição do Belchior: Já faz tempo/Eu vi você na rua/Cabelo ao vento/Gente jovem reunida - estes eram os nossos pais (Os dos anos 60 - que revolucionaram com a ideia de liberdade; dos anos 70 - que disseram basta ao machismo; dos anos 80 - que pitaram as caram para proclamar as Diretas já!; e ainda dos anos 90 - que tiraram um presidente de seu cargo 'Fora Collor')E nós, dos anos 2000 um dia seremos pais também - e o que estamos fazendo?

Para nós, dos anos 2000: 'Na parede da memória/ Essa lembrança/ É o quadro que dói mais (...) Peço licença para dizer que: minha dor é preceber/ que apesar de 'terem feito tudo que fizeram' nós não somos os mesmos e não vivemos como os nossos pais. Mas eu digo também que enquanto houver ao menos os sonhos e os, hoje chamados de idealistas malucos beleza (Raul Seixas), sonhadores, que além de reclamar acreditam que 'Amanhã vai ser outro dia' (Chico Buarque)e fazem algo para mudar este mundo, poderemos ser os 'perdidos' Filhos da Revolução e deixar de herança para a próxima geração o desejo de ser - 'Como os nossos pais'!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Macabéa

A chuva não cai
O vento não venta
O tempo não passa
O sono não chega

Venha antes que eu esqueça
Que sou algo mais do que da vida uma espera
Quando no enterro do que eu fora
Na minha hora, serei eu, enfim, estrela.

Almoço de pedreiro

O sol quente que nem todo dia
A comida fria que a mulher preparou
A construção não pára
Engulo sem sentir sabor

Cabeça, corpo e alma vazia
Cansaço, a massa, a poeira e o suor
Nada observo, não escuto, não falo
Engulo sem sentir sabor

Um pássaro canta no céu
Quero levantar o olhos, mas não vou.
Vôo.

Não posso esquecer o que eu sou
Apenas a comida, a saliva e a vida
Engulo sem sentir sabor

Separação

Nosso barco naufragou
Sonhos se afogaram em ais
Você foi e me deixou
Alto-mar, sem ver o cais

Debaixo do cobertor
Juntei o resto que sobrou
e perdi numa noite voraz.

Procurando uma certeza
Me encontrei comigo mesma
E a mim eu quis querer

Neste dia, eu:
Acordei, tomei banho e
Fui viver!

Por motivos de versos

Te escrevo porque sofro
Tua ausência me revela
Te escrevo porque assim disperso
Um pouco do que em mim tu eras...
Te escrevo cada vez menos
A cada dia.
E a cada dia desfaleço
Para dar vida a mim mesmo
Te escrevo por motivos de versos.

E a vida da gente é samba-canção

O forró é bem gostoso
O côco é envolvente
Mas o samba quando toca, nêga:
Entra na vida da gente!

Toma de conta do corpo
E a alma faz transbordar
Quem não gosta de samba, coitado!
Tenho dó só de pensar.

O que seria de mim,
sem o que o samba me faz?
Na roda eu sou rainha da alegria
e eu não sei parar mais

Pena de quem não sabe
do quê que o samba é capaz
Faz retrato da vida
Lateja no coração

É hino de amor, de dor e paixão
E é por isso que vive na vida da gente
E a vida da gente é samba-canção.

Orgulho de ser nordestina

Não é só por Patativa e Antônio Francisco
Zabé da Loca, Castro Alves e Antônio Conselheiro
Por Luiz do baião, Chico Cesar e Lampião
Que eu tenho orgulho do meu sertão

Tenho orgulho de ser nordestina,
porque sei desde menina
que tiramos da terra seca a poesia
força e coragem pra viver
E sob o sol escaldante
a esperança latente nos faz vencer.

Nossos rios, nossas praias, a caatinga
Serras, cachoeiras e canaviais
não se comparam à alegria de ser assim:
Nordestina, sim!
Sem perder a brabeza da luta
e a cadente ternura,jamais!

Companhia

Dos sonhos mais bonitos que já sonhei
enquanto dormia
Nenhum se compara ao de romper
a distância que nos separa
Quando de partida,
a sua chegada é minha doce alegria
Sinto minha agonia, enfim sossegada.

Dos sonhos mais bonitos que eu sonho acordade
Quando sua presença de amor me inebria
No fundo eu não desejo mais nada
Sou amada.
Me completo em sua companhia.

A mais amada

Ainda é madrugada.
Você canta desafinada,
Acorda a casa toda
E eu suspiro aliviada.

Porque você canta e vive.

Ai de mim quando o silêncio for teu canto.
Acordarei desafinada sem o alívio do teu acordar.

Me acorde todos os dias, da maneira que quiser.
Porque te amo.

Nos seus cabelos brancos eu faço uma trança
Enquanto a senhora, puxando da lembrança
me conta as inéditas histórias da sua vida
que de tão incansavelmente repetidas, sei todas de cor.
Gosto de ouvi-las.
Principalmente porque sei as palavras que vai dizer
e o momento exato em que vai sorrir.
Seu sorriso faz bem pra minha alma.
O seu abraço me faz ganhar o dia.
As orações que fazes por mim são meu alento,
e seus conselhos, o meu guia.
Os bilhetes que escreve com letras tortas
mostram quão especiais são seus cuidados.
O meu retorno pra casa não seria a mesma coisa
sem a sua espera no portão.
Gosto tanto de te ter presente.
Sinto apertar o coração
Só de pensar em dizer tudo isso no passado

Pedaços

Quando me disseram que a minha vida não seria sempre
Um mar de rosas,
Eu não acreditei.
Demorou pra ficha cair que ele estava indo embora,
Ou que nós estávamos indo pra mais longe do que já éramos.
Ele quis levar nada de nossa casa apenas a parte que lhe cabia.
Sua mala era pequena, quase vazia.
Ainda nos cabia!
Mas ele parecia não querer levar:
Ele esquecera do retrato de nossos rostos sorrindo.
Três rostos que sorriam sem saber a dor da partida.

Nada fora quebrado, mas saímos todos aos pedaços.
É preciso tempo para juntar os cacos,
É preciso amor pra encontrarmos de novo
O mar, não de rosas,
Mas ao menos de ondas calmas de esperança de uma boa vida nova.

Ele não sabe, mas leva pedaços de cada um, de cada coisa vivida,
Boa ou ruim,
Mas pedaços que farão falta.

Enagno

Engano seu se você achava
Que eu não via quando me olhava
e o canto da boca disfarçadamente sorria
Engano seu se você achava
Que seu jeito emudecido e olhando pros lados
Disfarçava o que você sentia
Pois pelo mesmo motivo,
Me inquietava e me emudecia.

Porém o maior dos seus enganos é achar
Que eu não sou capaz de te amar,
Se é isso que está acontecendo...

Amantes

Quando eu disse: Amor!
Você respondeu: Estou aqui!
E então o amor fez de nós
O que somos hoje: Cúmplices!

Segredo

Me toma os pensamentos
E revoluciona os meus medos
Coisa que não é segredo
[para mim]
Coisas de você em mim.

Fecho os olhos e só te vejo.
Sem ninguém saber, desejo.
E é bom que continue assim

Dom Quixote

Das histórias tristes,
eu fico com os momentos felizes;
com o delírio, a fantasia...
Arte, a beleza, poesia.
Não acredito em pinturas ou esculturas depressivas,
mas em espelhos que tocam profundamente a verdade.
Não acredito em vãos devaneios e loucuras evasivas,
mas na fuga de um Mundo-cão.
Pois se olharmos bem o que já existe, pudera...
Não há porque fugir da realidade,
nem porque fincar raízes nela.
E os dons Quixotes espalhados por aí...
que nos povoem quando dormimos,
que nos acordem para um novo olhar.
Às coisas simples da vida cravadas em canções,
que se eternizem nos corações e que eu possa encenar.

PRÉ conceito

PRÉ
Pretos, amarelos e brancos
PRÉ
Nordestinos, índios, estranhos
PRÉ
Linguística, mística, religião
PRÉ
Estudo, orientação, profissão
PRÉ
Cultura, status, direitos
PRÉ- visão
PRÉ- decisão
PRÉ - conceito

Se tenho pré - conceito
Sou pré - MADURO
pré - MALUCO
pré - INTEIRO

À hiprocisão, à solidão e à indiferença
sem razão
nos leva o preconceito

Raiz de toda a maldade
se vá para longe do meu pensamento
Um dia enxeragaremos a igualdade
que corre no sangue, que bate no peito

Em crise

Não me diga que você vai embora
coração chora
a noite demora
aonde é que eu vou morar?

Não me diga que você vai embora
ficarei velha
ficarei aqui
estarei a te esperar!

Não me diga que você vai embora
fica, amor, não é hora!
deixa o tempo se atrasar!

Não me diga que você vai embora
não me deixe agora
nem nunca!
Enquanto houver amor
haveremos de voltar
(sem mesmo ter de ir)
...
não vá!

Teatro

As cortinas abrem (...)
Meus olhos!
Bem vindo ao espaço
do choro e do riso: Teatro!

O palco.
Sinto a força que sai
de dentro de mim:
O encontro com a multidão
de um só!

As luzes, as cores, os sons.
Minha voz!
Aqui eu morro, vivo e revivo.
Eu sou, depois não sou:
O teatro me invade.

Só quando as luzes se apagam,
depois do som do aplauso,
eu desperto: foi um sonho!
Sonhos, quero tê-los, e tê-los,
sempre!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

As mentiras sobre nós que não podemos acreditar - III Parte

O Brasil é um pais democrático. Mentira. (Agora o senhor acertou. E eu vou dizer por que). Num país democrático a vontade da maioria é Lei. A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente (Senhor Já’diabou, não queira atribuir ao povo o seu pensamento burguês. Muitos brasileiros têm parentes ‘bandidos’, muitos brasileiros tem senso de humanidade e não acreditam, ao contrário do senhor, que a solução do mundo é jogar todos os ‘bandidos’, pedintes, pobres e maltrapilhos num só lugar e explodi-los. O ‘nazismo’ não é comum a todos os brasileiros, não!) Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita (Sei que a minoria barulhenta a qual o senhor se refere equivale aos movimentos sociais, mas eu vou te dizer quem é, no fundo, esta minoria: a mídia. Sim, a tv, o jornal, o rádio e o diabo a quatro que durante décadas pertence a uma mesma família e que empurra a sua ideologia opressora em cada palavra que diz e omite e que não aceita ser regulamentada. Escandaliza censura, quando, na verdade, tem medo de perder os plenos poderes de sua ditadura disfarçada. Ou será que a falta de um espaço para divulgar ideias contrárias às vigentes é simplesmente coincidência?) Democracia isso? Pense! (Desta vez, e só desta vez concordo com o senhor, não pelos mesmos motivos, mas concordo. Tá aí o PIG que não me deixa mentir).

(Agora, as frases finais do nosso 'intelectualista'):
Como diz o ditado popular, brasileiro é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. (Como o senhor emprega mal seus conhecimentos do ‘popular’ e como não respeita...).

Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem (essa expressão 'pessoas de bem' me lembra a marcha da família com Deus pela pátria legitimando o golpe de 64. Qualquer semelhança não é coincidência) assumam o controle do país novamente (Estamos começando a assumir, acredite! Ou não...) Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta (Potência tipo: EUA? Não, obrigada! Não vamos lavar a terra com sangue).

Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão. Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce! (Você esqueceu de citar que sem brasileiros não há Brasil, senhor. O mais importante recurso que temos: o povo, o humano. Este que o senhor quer fazer desacreditado...)

Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim? (Comece o senhor com sua boa vontade: pare de falar besteiras!).

As mentiras sobre nós que não podemos acreditar - II Parte

Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão. Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada (é muito fácil concordar com tudo, não é, senhor Arnaldo bajulador?) Brasileiro tem um sério problema. Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.

Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira. Brasileiro é vagabundo por excelência (Pra mim, o pior comentário de todos. Não. Eu não sou vagabunda por excelência. Fale isso pelo senhor e seus comparsas...) O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo (que povo? Esse que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari – que aliás, uma profissão digníssima, senhor Arnaldo Já’cagou! – só porque tem uma história de vida sofrida? Infelizmente não é esse povo do povo que nos representa.Na minha cidade, por exemplo há muitas décadas uma mesma família da elite que se mantem no poder, não é povo, não). O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo (É o que eu digo: se fala isso pelo senhor mesmo que deixe claro. Não atrele ao povo coisas que não são do povo) Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida, realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família, não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo (O que seria alavancar a vida, senhor ‘bajulador’? Virar empresário com o estudo que não chega a ser bom nem pra gari?)

As mentiras sobre nós que não podemos acreditar - I Parte

Hoje eu recebi um email, destes que são repassados aos montes, que transformou a minha natureza pacífica em uma fera indignada. Uma justa-raiva toma conta de mim e não me deixa ficar calada. Não, não posso simplesmente apagar este texto de pensamento medíocre, hipócrita e mentiroso que recebi sem, ao menos, desmentí-lo publicamente.

Numa inspiração direitista, capetalista e avassaladoramente MENTIROSA, a fim de nos convercer que não somos o que somos, o ilustre Arnaldo Ja'cagou' se referiu a mim, a você, a sua mãe, ao seu pai, aos seus avós e a todo o POVO (aqui povo - aqueles que por um contrato social democraticamente confia o governo de seu país ao poder do Estado, que por sua vez, está sob o julgo do sistema capitalista e daqueles poucos que detém e querem continuar mantendo este sistema de forma opressora) brasileiro da seguinte forma: Brasileiro não é um povo solidário, e sim babaca, bobalhão, vagabundo por excelência.

Como eu sei que um texto longo espanta o leitor, este texto será postado em blocos. Seguindo este padrão: Em negrito e itálico a verdade. Em seguida a mentira de Arnaldo Já'Diabou'. Em itálico e entre parênteses alguns comentários-questionamentos. Por fim, a defesa da verdade.

Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca (Sim, palavras de Já'cagou') Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida (só, só porque tem uma história de vida sofrida, só porque sabe como é a nossa vida, só porque fez o melhor governo que esse país já teve); Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza (Realmente ver alguém com um semblante pálido e de magreza assustadora e não pensar na imediata necessidade do indivíduo mandando que este cobre do poder público é de uma solidariedade comovente); Aceitar que ONG's de direitos humanos (Afinal direitos humanos só pra humanos direitos, né? Porque se você é 'esquerdo’, gay, negro, índio, cigano, ou ainda miserável estorvo da sociedade você deve ser jogado fora) fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade... Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária (Seu pai tá preso num sistema carcerário de condições subumanas senhor Arnaldo Já'cagou?)

E tem mais!