sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Ego solidário - solidão


Tenho dias de ais e saudosismos
Tenho dias de suspiros e silêncios
Tenho dias de perder o tempo
Tenho dias de esquecimento

Tenho dias de ser noite
Mesmo que o dia claro
Ainda que o sol me doure
O riso no qual me disfarço...

Tenho dias de plena tristeza
Que me derramam dos olhos, poesia, assim
Tenho dias em que não me desfaço
E me permito ter dó de mim

(De)pressa


Hoje eu sinto menos sua falta
Menos do que ontem.
Ontem eu sufocava,
Mal podia respirar!
Quis me embreagar
Perder o rumo, o prumo
Os sentidos, o chão...
Mas hoje, não!
Hoje eu não tenho tanta pressa.
Até levantei mais cedo,
Andei pela praça,
Comprei o pão.
Mas não fiz café:
Só havia água em minha casa.
Amanhã é segunda-feira,
Talvez eu faça a feira,
Mas eu não tenho pressa..
Vou te expelir no suor, feito toxina
Assim, um pouco, todo dia,
Até um dia...
Hoje sofro menos do que ontem,
Amanhã menos do que hoje,
Depois de amanhã.. Não sei!
Só sei que hoje me amo mais do que ontem,
Amanhã me amarei mais do que hoje
E depois de amanhã...
Me olharei no espelho
E verei mais a minha imagem do que a tua.
Sem pressa...

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Diário poético de Viña del Mar



Aos poucos estou postando os poemas que fiz em/sobre Viña del Mar - Chile. Achei por bem criar uma página especial para estes poemas especiais. Espero que gostem!

http://macabeadelamancha.blogspot.com/p/diario-poetico-de-vina-del-mar.html

Intensamente




Sinto frio
Porque as palavras não me ardem mais...
Não me ardem seus beijos.
E o amor que havia,
Não sei aonde andará!

Quero cobrir-me de desejo
E aquecer meu corpo esquecido.
Quero acordar sem ter dormido.
Mas nunca amar sem ter amado
E nem viver sem ter vivido.

Quero encontrar o meu espírito exaurido
De colocar amor onde não há espaço.
Percorrer caminhos desconhecidos.
Mas nunca amar sem ter vivido
E nem viver sem ter amado.

Prefiro morrer todos os dias
A viver desacreditado...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Manchete



Balas de borracha,
Gás lacrimogêneo,
Força policial,
Força das palavras:
Na manchete do jornal

                                      - É preciso salvar a pátria:
                                       Dos protestos,
                                       Dos marginais,
                                       Dos ilegais,
                                      Subversivos...

Ó, discurso bandido
Vendido pela televisão
Comprado de olhos vendados
Quer nos confundir a razão.
Que desserviço ingrato,
Nunca foi e nunca será consenso:
Democracia?
Demagogia!
Autofagia:
Esta ordem, que progresso?


Yo volví... ahora que se quede!


Como canta o rei: "Eu voltei, agora pra ficar. Porque aqui, aqui é o meu lugar. Eu voltei, pras coisas que eu deixei, eu voltei!!"

Que saudade do meu bloguinho, dos comentários amigos..
 A estréia do espetáculo Ciganos da Cia Escarcéu foi um sucesso no Chile! Porém, muito mais do que isso, vimemos experiências que marcarão o resto de nossas vidas e as próximas vidas (se é que virão). Trouxe na mala muitas histórias e poemas de Viña del Mar e Vaparaíso... Estou preparando um diário de bordo poético. Assim que ficar pronto eu publico pra vocês aqui!
Apesar de nenhuma palavra poder descrever ao certo a rica oportunidade de participar do VII Encuentro Internacional de Achupallas, ensaio alguns versos:

Todos juntos

E uma canção chilena vem nos dizer:
“Se vivemos todos separados,
Para que servem o céu e o mar?” *
Que terras são as nossas?
O que mesmo pode nos separar?

É um mesmo sol que nos ilumina
São as estrelas que nos guiam
Pelos caminhos desta América
Peruana, brasileira, Chilena, Latina!

A língua que falamos é uma só:
Uma só é a arte que nos une pela causa
Tantos sonhos e canções compartilhadas
Como não nos sentirmos em casa?

Feliz encontro, irmãos de América,
- ‘Eternamente responsável’! **
Pelo compromisso plantado
De fazer um mundo melhor

Caminhamos lado a lado...
Se justiça é o que se quer
Vamos crer: “Se este mundo é um e para todos,
Todos juntos vamos viver!"

Algumas imagens falam por mim:




sábado, 5 de novembro de 2011

Hasta pronto


Faz um tempinho que a Macabea que vos fala ta sumida deste humilde bloguinho. E hj, venho aqui pra dizer que ficarei mais um tempinho sem aparecer por aqui. - Aaah... Mas é por pouco tempo e quando eu voltar trarei novidades, mais precisamente, um diário de bordo sobre o Chile. Aguardem.

P.S. Desculpem o excesso de diminutivo. É a saudade que já tá apertando...


CIA. ESCARCÉU DE TEATRO LEVARÁ O NOME DE MOSSORÓ PARA A CIDADE VIÑA DEL MAR, NO CHILE

Sexta-feira, 14 de Outubro de 2011 às 00:00 / Por: Redação

cia_escarceu_de_teatroA Cia. Escarcéu de Teatro levará o nome de Mossoró para fora do país, mostrando e valorizando o trabalho dos artistas da terra. Entre os dias 7 e 14 de novembro, o grupo mossoroense apresentará os espetáculos "Bagaço do Engenho" e "Ciganos" na cidade de Viña del Mar, no Chile.
As apresentações da Cia. Escarcéu estão inseridas no Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural do Ministério da Cultura do III Encontro Internacional de Teatro "Achupalla", realizado pelo Centro Cultural y Colectivo Teatral La Mandrágora". O festival tem como objetivo fortalecer o acesso à arte e à educação, com ênfase especial nos setores mais carentes da sociedade.
Na cidade chilena, o público conhecerá as histórias das produções "Ciganos", que fala sobre a cultura de um povo rico em costumes e tradições, "Bagaço do Engenho", que ressalta os valores culturais do Nordeste brasileiro.
De acordo com a produção dos espetáculos, "Ciganos" representa a experimentação de novos caminhos e linguagens teatrais. O espetáculo mostra, a partir de elementos cênicos, a realidade de um povo nômade que caminha pelo mundo afora compartilhando experiências e conhecimentos. O texto é uma produção coletiva baseada em vivências e conhecimentos científicos.
Já "Bagaço do Engenho" representa a continuidade e o aprofundamento de experiências estéticas construídas com colagem e fragmentos de textos e de experimentos cênicos desenvolvidos pela Cia. Escarcéu de Teatro a partir de diversos gêneros literários: poesias, crônicas, letras de músicas de artistas nordestinos das mais variadas tendências e estilos, tendo como propósito difundir obras de poetas e compositores contemporâneos, entre os quais destacamos: Bráulio Tavares, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Sivuca, Luiz Ramalho, Elomar, Jatobá e Xangai.
A dramaturgia do recital "Bagaço do Engenho" será guiada por elementos estéticos que proporcionarão ao espectador uma apreciação da beleza poética, da riqueza de linguagens e temáticas contidas na obra dos artistas regionais contemporâneos. Esteticamente o espetáculo foi construído com base na técnica corporal presente nas manifestações da cultura popular.
O grupo mossoroense viajará no dia 6 do próximo mês e retornará no dia 15 de novembro.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Uma xícara de chá



Quando você me olha
E eu finjo não estar vendo
É que ouço o barulho
Da água fervendo...

Será o sinal que preciso
Pra entender que estou pronta?


Instinto natural



Enquanto o medo
Te escurece a vista
A coragem te faz brilhar
O corpo dá sinal de estar vivo
Não se trata de perder ou ganhar
Não há coisa que exista
Que não haja o que conquistar

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Aprendizado


O amor é - terno,
Mas não dura para sempre!

sábado, 22 de outubro de 2011

Libert-ação



Que venham me calar...
Eu não calarei!

A saliva que circula em minha boca
Lançarei na face do que julga com crueza
Aqueles que não encontram
Armas para sua defesa.

Calem a boca
Os que atacam,
Os que matam.
Lavem a boca pra falar dos que morrem!

Perigosos são os que destilam veneno
Aos ouvidos desatentos
Que balançam as cabeças
E dizem amém!

Eu não vou abrir mão da utopia
Não me cabe a tua mais-valia
Que tudo corrompe
E tudo detém...

Eu acredito na paz
Não me venha com guerra!
Que se unam os lares,
Que se faça a divisão igual da terra.

Enquanto o homem dominar o homem
[e a mulher]
E for o fatalismo discurso reproduzido
Quanto a vida valerá?
Este desenfreado neoliberalismo não nos aniquilará!

Liberdade,
De verdade.
Liberdade, eu vou gritar!
Unir minhas mãos,
Repartir o pão, o chão.
Você, então, virá
Pela libert-ação!



Suspiro



Estou farto!
Farto de contar as horas,
das suas demoras,
do seu desalento...
Farto de alimentar amargura,
desta tua postura
de tua pose,
de tua posse,
de minha dose diária de ti.
Quero fartura!
Estou farto da vida reta,
de ser salutar,
de ser quem atesta
a solidão desse estado consciente.
Sim, eu quero amar!
Mas sem paixão, meu bem,
Não vejo razão
para ser e estar...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Amor, eu perdido



Eu não tenho visto o céu do céu
Nem o céu do seu sorriso...
No céu da minha boca
Não trago teu nome anunciado.
Nas tarefas, nos deveres, nos trabalhos,
Mergulhado, me dou por vencido...
Será, por isso, não tenho encontrado
nas coisas da vida o seu sentido?
Sei que não tivestes escondido
Eu é que, por displicência,
Covardia ou demência
Não tenho te procurado.
Ando tão distraído...
Será, meu Deus, que serei perdoado?
Se estás por aí, achado
Eu é quem estou perdido!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tempo nosso de cada dia


A flor que você me deu
Dorme ao meu lado
Tem o seu cheiro
E me beija os sonhos
De nos encontrarmos no tempo.
Tempo nosso de cada dia.

TRIIIIIIIMMMMMM!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Leilão




O coração nas mãos,
A cabeça em seu lugar
Não esquece a minha desesperança:
Pesa na balança.
E balança...
Avalia o preço a pagar!

Diz que está tudo bem!
Que numa hora dessas, meu bem,
Dessas horas que nada tem,
A gente pode ser feliz de novo.


Reinventar a roda
E a moda de amar:
Com toda a força do mundo,
Com todo o mundo que há...

Talvez depois da curva do vento,
Depois daquele momento,
Reza pro tempo não acabar...
Ou pra chegar à tempo!

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe...







quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Indiferença




Meu caro,
Se eu cego
É porque mudo!

Basta!

Aquele caroço - insignificante
Pode se transformar em câncer.
E antes a morte, do que alimentar uma doença;
E antes a vida, contra esta indiferença.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sou Quixote



São muitos.
Todos são!
E eu não os invento...

São deuses,
monstros, pesadelos
que reproduzem ecos
pelos meus becos.

Falo da dor, do medo, da solidão...
Dos sentidos e da razão.
E há quem diga que são
Moinhos de vento...
Eu sei que sopram alívios e tormentos
em meu nobre coração.

Mas eu não me acovardo.
Não fujo
e não finjo não terem o tamanho que tem.
Sou Quixote!
E a batalha nunca estará perdida
enquanto eu for.

domingo, 2 de outubro de 2011

Nem só de pão



Minhas palavras não planejam
Vôos longínquos
Mas eu mal acabo o pensamento
E já não as alcanço...
São de fato fugidias
Como dizia Cecília

Enquanto o corpo pede um prato
A alma pede refúgio
Nas notícias distantes
Das notícias deste mundo

Não posso pedir pão
Se foi me dado o desejo de voar
Não posso dar pão
Se só as palavras libertam...

sábado, 1 de outubro de 2011

Dívida eterna - Irmã mais velha


Arrumada para a festa
feliz da vida
na companhia de Pedro e Sabrina.

para uma criança de 9 anos,
fez tudo o que se poderia em uma festa
naquele dia parecia não haver amarras
e os olhos brilhavam, como nunca, de alegria.

- hora de voltar pra casa, pensou.
voltou sozinha com um chocolate em mãos
era festa de páscoa na escola.
e a mãe a repreendera como nunca:
-onde estão os teus irmãos?

- Como poderia ter me distraído tanto?
chorava a menina.
Mas nem o choro e nem o chocolate que não comera
comprara de volta a sua paz de espírito.
O seu erro incapaz de perdão.
Carrega até hoje uma dívida eterna
de responsável guardiã.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Promessas de vida



Ela não sabia jogar. Nunca fora boa nisso. Sempre muito crédula na bondade das pessoas... Foi traída diversas vezes (todas as vezes). Fez tantas promessas soluçando com a cabeça no travesseiro. Decidiu que iria jogar. E até entrava no jogo, mas não sabia nele continuar. Perdeu a paz. Desistiu de jogar. E nenhuma promessa foi cumprida. A não ser a última: o jogo não era sua vocação. Os carros todos pararam. As gentes todas se perguntavam diante do corpo estirado no chão.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Meditação



Amanhã eu vou despertar cedo para ver o sol nascendo
E refletindo nas águas do meu rio.
Vou me banhar de sol e dourar as minhas águas.
Saberei que vivo
Sem haver tempo, nem espaço.
Serei apenas um ser rendido
Dado ao prazer de me dobrar ao grande astro.

Condição





O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte (Nietzsche)

Chão de estrelas



Neste chão onde nascem estrelas
Eis que nos céus despontam as flores
Daí, então,  não há noite ou primavera
Que não brinquem com as minhas dores

Hoje é o primeiro dia da estação
Que me traz saudades de ser flor
Porque um dia assim eu fui
E hoje não sei mais quem sou.

Distante das luzes da cidade
O céu me presenteia...
Por que não param de brilhar,
E de me chamar, oh, Estrelas?!

Tão perto do céu e da terra
Eu faço silêncio para que ouçam
Meu coração fraquinho batendo
Pedindo afago e repouso

Sou um ser apaixonado
Do meu corpo a alma desprende
Só o amor é capaz de confiar
Que flores e estrelas também sentem...

domingo, 25 de setembro de 2011

Minha herança: uma flor




Minha Herança: Uma Flor

Vanessa da Mata

Achei você no meu jardim
Entristecido
Coração partido
Bichinho arredio
Peguei você pra mim
Como a um bandido
Cheio de vícios
E fiz assim, fiz assim
Reguei com tanta paciência
Podei as dores, as mágoas, doenças
Que nem as folhas secas vão embora
Eu trabalhei
Fiz tudo, todo meu destino
Eu dividi, ensinei de pouquinho
Gostar de si, ter esperança e persistência
Sempre
A minha herança pra você
É uma flor com um sino, uma canção
Um sonho, nem uma arma ou uma pedra
Eu deixarei
A minha herança pra você
É o amor capaz de fazê-lo tranqüilo
Pleno, reconhecendo o mundo
O que há em si
E hoje nos lembramos
Sem nenhuma tristeza
Dos foras que a vida nos deu
Ela com certeza estava juntando
Você e eu
(2x)

Jardim particular


Temos um jardim fora de nós.
Dentre tantas flores que cultivamos, 
apenas uma é a que podemos oferecer 
a outro jardineiro (que não nós mesmos): 
A flor vermelha. 
Ela está lá. 
Estou cuidando da terra que abriga suas raízes, 
Olhando-a, regando-a, para colhê-la
Quando eu receber a flor que me prometeu.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011


A rua é tão deserta, sem teus passos que não caminham para mim...
Em outros caminhos encontrarei tuas mãos?





Lírio



Lírio,
Teu lírico delírio
Me deixa a flor da pele:
- Flores a mil!
Me visto de lírios - orientais, asiáticos
E descubro a pureza
Que liricamente me faz amar
A vida.

Divisão de classes



Gato na varanda

Da casa do ipê cor de rosa
Nunca vi mais dengo, mais prosa
A moça debruçada na janela
Enquanto o operário descia a ladeira.

Trabalho árduo até às seis
Quando a lua e a menina mais uma vez
Ficam na varanda
Com olhos que acompanham
Cada passo que ele dá.

A distância da lua à Terra
Parece ser a mesma da janela pra rua
Por que não desce as escadas?
Por que não sobe a ladeira?

Tem mais pedras e percalço
Entre a casa do primeiro andar
E o casebre no alto do morro
Do que se possa imaginar...

Tem mais servidão à ordem das coisas
Do que à condição de amar!
Dentro dos corações impera:

Cada moça em sua janela,
Cada operário em seu lugar!

Por quê?

quinta-feira, 22 de setembro de 2011



O poeta não tem asas
Mas os pássaros vêm busca-lo
e o levam aonde nunca havia pensado ir

Sarita



"Ninguém pode julgar o que acontece dentro dos outros"

Preciso dizer que andei avulsa
Que andei tardia
Pelas noites que ia
Do amor, expulsa.

Preciso dizer que andei vadia
Que me causei repulsa
Pelos beijos que daria
Em tantas bocas, confusa.

Preciso dizer que me vistia
Do vestido mais curto
E pintava os olhos de preto

Pra não dizer que tinha medo
De ser pelo amor negada
E permanecer do amor, segredo.

Para tentar encontrar minha alma
Em um corpo que não era o meu.



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Um trem para as estrelas - Cazuza


Cinema, música e poesia são um casamento perfeito para a nossa necessidade de arte e beleza: Um trem para as estrelas - música e poesia de Cazuza e também o título do filme de Cacá Diegues (1987): O jovem saxofonista Vinícius passa por diversas experiências pelas ruas do Rio de Janeiro enquanto procura por sua namorada desaparecida, após uma noite de amor. Durante essa busca, ele vivencia, pela cidade, violência, miséria e injustiças, sempre envolvido pela música.

Não assisti ao filme ainda, mas tá na minha lista por causa dessa música que eu amo demais! 

Pra você se encantar como eu: 

Um Trem Para as Estrelas

São 7 horas da manhã
Vejo Cristo da janela
O sol já apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles tem
Neste filme como extras
Todos querem se dar bem
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Estranho o teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Com os braços sempre abertos
Mas sem protejer ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas

Cazuza

Cavaleiro sem armadura


Hoje eu sou o cavaleiro
Sem mancha
Sem mágoa
Minha armadura descansa.

Não, não cansei de lutar.
Apenas me permito ser mais leve
Numa vida que me leve
Livre!

Das amarras e das armas
De me defender e de guerrear
Aos canhões, as flores.
À escuridão, o brilho das estrelas

Feridas são curadas
E a vida não pode ser medo de morrer!
Mais bonito que a dor
É ver a vida renascer, e viver. Reviver!


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Eu ando tão Cazuza...



Eu ando tão só por andar
Eu ando sem sair do lugar
Dou voltas no caminho sem direção
Eu sou, não sou: O sim e o não!
Minha platéia me assiste inerte - Pela internet
Me aplaude sem entender o que eu digo
E acha que conhece meu coração...
Nem eu sei o que se passa nesta caixa fechada
Jogada as chaves fora
Deste tesouro não há guardião!

Eu ando tão exagerada
Roubando flores das calçadas
E fazendo promessa que não se cumprirão...
Eu ando confusa, tô meio Cazuza
Da vida, poeta!
Das noites secretas, o que se esconde na escuridão
Dos becos, os ecos
Dos guetos, o ethos
O éter, o ópio e o grito
De independência
Da obediência de ser línear.

Eu tô me desconstruindo
E sou os tijolos que sobraram
Por isso que eu ando tão...
Cabeça feita seguindo viagem na contramão
O que importa é não parar e nem mesmo ter que chegar
Mas ser feliz sem ter que ter razão

Camila Paula, ops, Macabéa de La Mancha

Borboleta


Posso ainda ser casulo,
Mas vislumbro todas as cores
das asas que me darei!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Carta I


Ao amor ocupado:
Que saudades eu tenho de quando você me escrevia... Hoje, quando da sua distância, por causa das suas tantas tarefas, eu me valho dos papéis antigos escritos com suas letras ‘garranchais’ que me contavam coisas bonitas e coisas banais, e me sinto afagada por tão boas lembranças – como estivesse em uma tarde de um dia qualquer, parecendo domingo, deitada em teu colo em algum canto de Guaramiranga: sorrindo com um vento gostoso a tocar nossos corpos e nossas almas – do que vivemos e pela esperança de vivermos outros momentos inesquecíveis (como a sensação que te descrevo).
Eu sei: nem você é mais este menino, eu, já não, a mesma menina, nem o nosso amor é o mesmo – crescemos todos: somos adultos. Mas o amor fica velho? Pergunto. Precisa ele (o amor) perder o brilho adolescente da descoberta e o calor do desejo? Precisa o amor ter o mesmo tempo do tempo que corre? Existe uma fórmula para manter o sentimento - que une duas pessoas - sempre ‘em forma’? Em ‘forma’ de quê mesmo?
Não quero um amor caduco e cheio de razões de ser. Quero um amor que simplesmente não traga em si motivos, mas, necessidades de existir. Eu preciso de um amor fora do tempo real, sem ‘forma’, intenso, multicolor, com gosto de pudim-doce de leite, e sensações das mais diversas, porque é para isto que existe o amor - para colorir, dar gosto, para transcender tudo o que é: “O amor é a força mais potente e mais sutil que há no mundo” (Gandhi).
             Vamos rebuscar o amor feliz e jovem que guardamos nas gavetas e caixas de lembranças.

Colheita


A., sem pressa, colhe o que é teu: Tua dor. Não te enganes com os frutos deste cultivo: Eles não apodrecem e caem. Só você pode tomá-los, e dar-lhes o seu devido lugar dentro dos compartimentos de sua existência. Estes frutos - como diz - malditos: não são jogados fora - De forma alguma! Pertencem à você. Saiba onde guardá-los - sem angústia. Deixe-os num lugar claro e limpo, Onde possas vê-los bem.
És louco, poeta? Me perguntas. Ao passo que te respondo: Se engana quem esconde de si os benefícios da dor:

Não há ferida que não se cure,
E não há alegria que perdure
Sem conhecer o dissabor.

Com isto, espero que entendas: Teu fruto não é maior, nem mais amargo. Nem mais pesado, nem mais difícil: São os teus olhos e tua balança que determinam a equivalência do fruto. Basta que semeies e cultives outros pomares, e os frutos diversos saboreie. Afinal, não queres, e nem vais, perder tudo o que cultivaste por causa de um só pomar. Que espécie de agricultora é você?

Nós somos a terra.
Nossa terra não vem pronta:
Aramos, adubamos...
Preparamo-nos a vida inteira para o plantio.
Semeamos, regamos e colhemos.
Quando o pomar deu o que tinha de dar,
Recomeçamos.
Eu sei, é um trabalho árduo!
Que seja.
Todo início é precedido de um fim
Todo fim implica um recomeço.
E ao final das contas, a gente sempre sobrevive
Da colheita.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Lágrimas



O que me virá das nuvens
Que habitam o céu azul:
Será o teu verso aberto,
Ou teus impropérios crus?

Se for chover, avisa-me
Antes, o firmamento acinzará.
Não quero aparar aos baldes
O que das nuvens me virá...


Liberta-me de teus encantos
Límpidos e celestiais
Chover já não precisa...
Derramei lágrimas demais

Não quero aparar aos baldes
Os desgostos desta condição:
Amar e não receber de volta
Amor com mesma devoção...

Porque preciso ouvir de tua boca a previsão
Se creio eu já saber a respota?
Junto coragem pra te surpreender:
Vestir a capa, as botas, e bater a porta!

domingo, 11 de setembro de 2011

Porque eu sei que é amor - Titãs


Algumas músicas falam por si só o que a gente sente...
Valeu, Titãs!

Porque eu sei que é amor

Porque eu sei que é amor

Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova

Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora
Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
Eu peço somente
O que eu puder dar (2x)

Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta

Mesmo sem porquê eu te trago aqui
O amor está aqui
Comigo
Mesmo sem porquê eu te levo assim
O amor está em mim
Mais vivo

Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
Eu peço somente
O que eu puder dar (4x)

Porque eu sei que é amor (3x)

http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=v6h6Hpie7Ao#t=135s


Discórdia


A cada trago
Um estrago
De sua baforada
Me distancio
Não acenderei teu cigarro
Disto, eu não compartilho!

Não te vejo por trás da fumaça
Que você, não sei por que, reproduz
E a mim, onde será que me vejo,
Sem ter sabor no teu beijo?
Que não tem o mesmo sabor:

Dos tratos que fizemos entre nós mesmos
De ter os mesmos desejos,
Na vida seguirmos juntos?
Não comungamos mais...
Não acenderei teu cigarro!

Seremos outros a cada vez que acender
A discórdia entre os dedos
E isto, faz, sim, diferença:
Longe ou em minha presença,
Acredite: Não somos mais um.

Pertinência


Acordei no meio da noite
Sentindo-me um homem despido
De pensamento perdido
Procurando encontrar o habitante
Que estivesse a velar meu sono
Enquanto eu não estivesse em mim

Aquele homem era
Fruto de meu trabalho?
Resultado de minhas ações?
Ou um ser inacabado
De tijolos-dúvidas
Estrada-multidireções?

Aquele homem era
O operário ou o patrão?
O herdeiro ou o mendigo?
O herói ou o bandido?
E a estas tantas questões,
O que responderei?

Que partido tomarei,
Se sou homem partido?
A mim basta saber
Se sou opressor ou oprimido
E agir livremente
Na condição que me couber.

Se for pra transgredir
Que seja a hipocrisia e o medo
"Vejo agora em parte
Mas, então, veremos face a face"
O que nos é credo universal: O amor
A resposta que revela o segredo.

Acordado no meio da noite
Aquele homem era eu
Esperando que o sono chegasse
E que meus outros eus voltassem
Pro ponto de partida:
Meu corpo, minha vida.

E da próxima vez que me investigar
Que tantas preocupações
Não me confundam a consciência:
Sou o homem dentro e fora de mim
Se não me perco da essência
E da pertença à liberdade!

domingo, 4 de setembro de 2011

O Homem do Futuro



O anjo protetor do cinema brasileiro existe e ouviu minhas preces! Finalmente uma comédia romântica com ritmo, beleza e criatividade nacionais: o filme de Cláudio Torres com Vagner Moura e Alinne Moraes tem um roteiro muito bem elaborado e um enredo bastante envolvente, cheio do - apesar do - paradoxal, engraçado sem ser apelativo (como as imitações das comédias norte-americanas que temos visto ultimamente no nosso cinema), sutil e reflexivo.

João/Zero (Vagner Moura) é um homem medíocre - amargo, infeliz, que faz as coisas só por fazer; e genial - cientista inventivo que 'sem querer' desenvolve umas das coisas mais sonhadas pela humanidade: a máquina do tempo. Nesta máquina se transporta exatamente para o dia 'divisor de águas' em sua existência - quando foi humilhado em uma festa da faculdade e perdeu a mulher que amava, Helena (Alinne Moraes). Para que no futuro não viesse a se tornar o cara medíocre que era, com valores totalmente distorcidos, Zero resolve 'ajudar' João (seu eu no passado) a não passar pelo sofrimento que o transformara em um 'fracassado' e possa, assim, ficar para sempre com Helena.
Qual não é a surpresa do João quando descobre que seu plano 'perfeito' piorara e muito o 'seu eu' e a vida das pessoas que ele mais amava. É aí que percebe a burrada que fizera - alterando o passado se tornara um homem infinitamente mais medíocre- sem caráter.
Nas idas e vindas para consertar erros passados, os vários Joãos se encontram (aplausos de pé para Vagner que soube mostrar evidentemente os difrentes eus da personagem) e se confrotam para fazer o que é melhor para si. Do filme, as reflexões e as compreensões são de que: primeiro: o que nós somos hoje não é simples consequência do que nos aconteceu no passado, mas da forma como enxergamos os fatos; segundo: a nossa dor não é a mais doída, a mais sofrida do mundo - sofrer faz parte da vida, assim como sacudir a poeira e buscar o melhor para nós - sem mágoas e sem ódio; e terceiro: sabendo que não é possível mudar o passado devemos sair de nosso comodismo e procurar mudar o presente - este sim, é o nosso próprio tempo como disse Renato Russo em Tempo Perdido (Música que costura o enredo do Homem do Futuro), e é neste tempo, o nosso, que podemos e devemos MUDAR O MUNDO!
A música do Renato parece que foi composta para o filme e é o que nos faz viajar e 'comprar' a aventura proposta pelo diretor. A compreensão do Renato é muito além - se pararmos pra pensar.
Mas como nem tudo é perfeito... Bem particularmente, para mim, o filme é 95% - o final distorce a ideologia impregnada na trama todinha... :/ Mas tá valendo!
No mais, só assistindo pra se deliciar com a interpretação, a trilha e as reflexões colocadas no filme. #SuperRecomendo.

sábado, 3 de setembro de 2011

Efeito borboleta

Enquanto dorme
Seu sono
Inconsciente
Minhas mãos-borboletas
Confidentes
Passeiam
Pelos sonhos
Que povoam
O seu jardim-coração.

Bato as asas
Acordas.
Sou tufão.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Monte Castelo - O Amor por Renato Russo


Em breve, Monte Castelo: Fragmentos das histórias de quatro jovens que possuem como trilha sonora de seus momentos as músicas-poesias do Legião Urbana.  A montagem é ambientada nos tempos atuais e em lugares-comuns, e tem a trama costurada pela música baseada no livro bíblico Coríntios 13, 1-13 e O amor de Luís de Camões.

Monte Castelo - A música

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.

O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.

Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Senhora

Eu sou dona de mim.
De tudo que eu sou.
De cada célula de mim.
Eu me governo.

E não estou disposta
Ao teu gosto ser subjugada:
Em pele cordeirinha,
Sou loba criada.

Sou a banca de frutas
Sou a fruta mais fresca
Ao freguês mais exigente
A que agrada aos olhos.

Porque sou a mãe que chora
A criança desnutrida
A bailarina exaurida
Dentro de mim.

Sou à flor da pele:
Grito, xingo e peço perdão.
Eu faço e me desfaço!
A chave, o cadeado e o portão.

Senhora de mim,
Dona de nada, me possuo: Corpo
                                          Alma
                                          Coração.


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Impressão



Te escrever em mim

Com palavras, suor e saliva
É imprimir o verbo amar
Com tua língua
É avisar ao corpo
Que a alma transpira.
É avisar à alma
Que o corpo transcende.
É aliviar o corpo.
É presentear alma que suspira.
É saborear teus reversos.
É adoçar a vida.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Meu Sol


Se todos te vissem
Como eu te vejo
De olhos fechados
Enxergariam
Que a tua beleza
É ainda maior que a certeza
De um novo dia surgindo