terça-feira, 25 de outubro de 2011

Uma xícara de chá



Quando você me olha
E eu finjo não estar vendo
É que ouço o barulho
Da água fervendo...

Será o sinal que preciso
Pra entender que estou pronta?


Instinto natural



Enquanto o medo
Te escurece a vista
A coragem te faz brilhar
O corpo dá sinal de estar vivo
Não se trata de perder ou ganhar
Não há coisa que exista
Que não haja o que conquistar

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Aprendizado


O amor é - terno,
Mas não dura para sempre!

sábado, 22 de outubro de 2011

Libert-ação



Que venham me calar...
Eu não calarei!

A saliva que circula em minha boca
Lançarei na face do que julga com crueza
Aqueles que não encontram
Armas para sua defesa.

Calem a boca
Os que atacam,
Os que matam.
Lavem a boca pra falar dos que morrem!

Perigosos são os que destilam veneno
Aos ouvidos desatentos
Que balançam as cabeças
E dizem amém!

Eu não vou abrir mão da utopia
Não me cabe a tua mais-valia
Que tudo corrompe
E tudo detém...

Eu acredito na paz
Não me venha com guerra!
Que se unam os lares,
Que se faça a divisão igual da terra.

Enquanto o homem dominar o homem
[e a mulher]
E for o fatalismo discurso reproduzido
Quanto a vida valerá?
Este desenfreado neoliberalismo não nos aniquilará!

Liberdade,
De verdade.
Liberdade, eu vou gritar!
Unir minhas mãos,
Repartir o pão, o chão.
Você, então, virá
Pela libert-ação!



Suspiro



Estou farto!
Farto de contar as horas,
das suas demoras,
do seu desalento...
Farto de alimentar amargura,
desta tua postura
de tua pose,
de tua posse,
de minha dose diária de ti.
Quero fartura!
Estou farto da vida reta,
de ser salutar,
de ser quem atesta
a solidão desse estado consciente.
Sim, eu quero amar!
Mas sem paixão, meu bem,
Não vejo razão
para ser e estar...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Amor, eu perdido



Eu não tenho visto o céu do céu
Nem o céu do seu sorriso...
No céu da minha boca
Não trago teu nome anunciado.
Nas tarefas, nos deveres, nos trabalhos,
Mergulhado, me dou por vencido...
Será, por isso, não tenho encontrado
nas coisas da vida o seu sentido?
Sei que não tivestes escondido
Eu é que, por displicência,
Covardia ou demência
Não tenho te procurado.
Ando tão distraído...
Será, meu Deus, que serei perdoado?
Se estás por aí, achado
Eu é quem estou perdido!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tempo nosso de cada dia


A flor que você me deu
Dorme ao meu lado
Tem o seu cheiro
E me beija os sonhos
De nos encontrarmos no tempo.
Tempo nosso de cada dia.

TRIIIIIIIMMMMMM!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Leilão




O coração nas mãos,
A cabeça em seu lugar
Não esquece a minha desesperança:
Pesa na balança.
E balança...
Avalia o preço a pagar!

Diz que está tudo bem!
Que numa hora dessas, meu bem,
Dessas horas que nada tem,
A gente pode ser feliz de novo.


Reinventar a roda
E a moda de amar:
Com toda a força do mundo,
Com todo o mundo que há...

Talvez depois da curva do vento,
Depois daquele momento,
Reza pro tempo não acabar...
Ou pra chegar à tempo!

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe...







quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Indiferença




Meu caro,
Se eu cego
É porque mudo!

Basta!

Aquele caroço - insignificante
Pode se transformar em câncer.
E antes a morte, do que alimentar uma doença;
E antes a vida, contra esta indiferença.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sou Quixote



São muitos.
Todos são!
E eu não os invento...

São deuses,
monstros, pesadelos
que reproduzem ecos
pelos meus becos.

Falo da dor, do medo, da solidão...
Dos sentidos e da razão.
E há quem diga que são
Moinhos de vento...
Eu sei que sopram alívios e tormentos
em meu nobre coração.

Mas eu não me acovardo.
Não fujo
e não finjo não terem o tamanho que tem.
Sou Quixote!
E a batalha nunca estará perdida
enquanto eu for.

domingo, 2 de outubro de 2011

Nem só de pão



Minhas palavras não planejam
Vôos longínquos
Mas eu mal acabo o pensamento
E já não as alcanço...
São de fato fugidias
Como dizia Cecília

Enquanto o corpo pede um prato
A alma pede refúgio
Nas notícias distantes
Das notícias deste mundo

Não posso pedir pão
Se foi me dado o desejo de voar
Não posso dar pão
Se só as palavras libertam...

sábado, 1 de outubro de 2011

Dívida eterna - Irmã mais velha


Arrumada para a festa
feliz da vida
na companhia de Pedro e Sabrina.

para uma criança de 9 anos,
fez tudo o que se poderia em uma festa
naquele dia parecia não haver amarras
e os olhos brilhavam, como nunca, de alegria.

- hora de voltar pra casa, pensou.
voltou sozinha com um chocolate em mãos
era festa de páscoa na escola.
e a mãe a repreendera como nunca:
-onde estão os teus irmãos?

- Como poderia ter me distraído tanto?
chorava a menina.
Mas nem o choro e nem o chocolate que não comera
comprara de volta a sua paz de espírito.
O seu erro incapaz de perdão.
Carrega até hoje uma dívida eterna
de responsável guardiã.