quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Apito de trem


Os poemas são entregues
Cem olhos, peitos, queixos, coxas
E mãos beijadas.
Em noites ensolaradas,
Nos dias que não tem fim,
O poema se dá
Cem léguas,
Sem tréguas,
Nem pressa alguma de partir.
Feito canção,
Feito recado,
Feito grito silenciado,
O poema não tem chão ou telhado.
Quando perdido, é achado.
Nos trilhos ou no vagão vazio.
Tem tamanho certo e medida de trem.
Chega apitando a partida e o regresso
Da alma que o nosso corpo tem.
Piuiiiiiiiiiiii!
Frooooommmmm!
Piuiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

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