segunda-feira, 6 de abril de 2015

Direito de amar


Acaba a noite
Não tem mais bebida.
Acabaram as fichas
Das apostas que fiz demais.
Não toca mais aquela música.
Dançar, agora, tanto faz.
Acabou-se o tempo
Das horas que eu não conto mais.
Apagaram as luzes.
Nem contaram até três.
Sabotaram o meu show
- E eu não tô pra freguês.
Acabou o salário
Inda sobra tanto mês.
Tremo de indignação!
Acabou o feijão, o arroz.
Acabamos nós dois.
E, desta vez, a dor foi mais doída.
Ainda que finde tudo nesta vida,
a revolução se fará.
Não matarão os sonhos de outro mundo.
Nem a solidão, meu direito de amar.

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